
O plantio de algodão é uma das atividades mais representativas do agronegócio brasileiro. Além de abastecer a indústria têxtil, ele gera empregos, movimenta a economia e contribui para o fortalecimento das exportações nacionais.
Nos últimos anos, o Brasil atingiu recordes de produção e consolidou-se como o maior exportador de algodão do mundo. Na safra 2023/24, o Brasil colheu 3,68 milhões de toneladas de algodão em pluma, cultivadas em 1,99 milhão de hectares, com produtividade média próxima de 1.850 kg por hectare.
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Além dos números de campo, o setor reflete impactos positivos na economia. Entre janeiro e abril de 2025, a produção têxtil acumulou alta de 13,7% e gerou aproximadamente 8 mil novos empregos, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
E para quem está começando a estudar sobre o cultivo, é natural surgir dúvidas: afinal, qual é o lucro por hectare? Qual a melhor época para plantar? E como acontece o cultivo do algodão no Brasil, do plantio até a colheita? Neste artigo, vamos responder a essas questões, de forma simples, trazendo informações confiáveis.
Qual o lucro de 1 hectare de algodão?
O plantio de algodão é reconhecido por seu alto potencial de rentabilidade, mas é importante entender que não existe um valor fixo de lucro por hectare no plantio de algodão. Isso porque diversos fatores influenciam o resultado final:
- Custos de produção: Os custos de produção variam bastante dependendo do sistema de produção e do manejo da lavoura, na qual incluem sementes, defensivos, adubos, , maquinário, mão de obra, entre outros fatores.
- Fatores Climáticos: Condições climáticas adversas podem gerar impactos diretamente na produtividade e na qualidade da fibra.
- Mercado internacional: como o Brasil exporta grande parte da sua produção, as cotações globais influenciam diretamente o retorno financeiro.
Portanto, em vez de buscar um número fixo, o produtor iniciante deve compreender que o lucro é resultado de um planejamento equilibrado entre custos, produtividade e mercado.
Época de plantio de algodão no Brasil
A época de plantio de algodão no Brasil varia conforme a região. A escolha do período correto é decisiva para o sucesso da lavoura, pois afeta a germinação e o desenvolvimento inicial da planta.
O algodoeiro precisa de calor e umidade no solo para completar seu ciclo, sendo uma cultura muito sensível à temperatura, na qual é um dos fatores ambientais que mais interferem no seu crescimento e desenvolvimento.
Como plantar algodão?
O plantio de algodão começa com a escolha de sementes de qualidade e um planejamento cuidadoso. O solo deve estar bem preparado e a semeadura deve ocorrer em condições favoráveis de temperatura e umidade. Também é importante escolher a época adequada, seguindo sempre o calendário de plantio.
A distribuição uniforme das sementes é essencial para garantir o espaçamento ideal entre as plantas. Esse cuidado assegura que o algodoeiro tenha espaço para se desenvolver sem competir por nutrientes, água e luz.
Tratamento de sementes de algodão: tecnologia e proteção completa
O tratamento de sementes é uma das principais estratégias para garantir uma lavoura produtiva e proteger o algodão nas fases iniciais do cultivo. Esse processo envolve principalmente a aplicação de fungicidas e inseticidas, que auxiliam no controle de pragas e doenças, Além da adoção de tecnologias como o Film Coating.

Essa tecnologia é reforçada pelo uso integrado de dois produtos: os polímeros LabFix® (com aplicação de uma camada protetora de Polímero que aumenta a aderência e recobrimento dos produtos utilizados nas sementes) e os pós secantes LabSec® (sua aplicação atua diretamente na secagem do tratamento nas sementes, além de melhorar a fluidez e plantabilidade).
- Os polímeros garantem maior aderência dos defensivos às sementes e resistência à abrasão.
- Os pós secantes facilitam a secagem, aumentam a fluidez das sementes, e ganhos em plantabilidade.
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Com isso, há menor perda de tratamento durante o transporte e manuseio, além de uma semeadura mais precisa, que reduz falhas e a ocorrência de sementes duplas.
O tratamento de sementes também contribui para maior sustentabilidade do plantio de algodão, pois o tratamento industrial das sementes é realizado aplicando as doses dos produtos recomendados com precisão, reduzindo o desperdício e aumentando a eficácia, contribuindo para um controle mais eficiente, devido o uso otimizado dos defensivos agrícolas
Plantio de algodão no Brasil e sua relevância econômica
O plantio de algodão no Brasil é estratégico para a economia e para o agronegócio mundial. Atualmente, o país ocupa a posição de terceiro maior produtor global e é o maior exportador mundial.
Os principais estados produtores são:
- Mato Grosso: É o maior produtor nacional, com vasta área cultivada e alta produtividade
- Bahia: segunda maior área cultivada, com lavouras de alta tecnologia
- Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins: Também são exemplos de alguns estados produtores em menor proporção.
Na safra 2024/25, a área plantada com algodão no Brasil foi estimada em cerca de 2,15 milhões de hectares, evidenciando o avanço da cultura principalmente sobre o Cerrado.

Um dos grandes diferenciais da cotonicultura brasileira é a sustentabilidade: mais de 3 milhões de toneladas da produção nacional foram certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que assegura rastreabilidade, boas práticas socioambientais e conformidade com os critérios da Better Cotton.
Além do desempenho nas exportações, o algodão brasileiro é essencial para a indústria têxtil nacional, que consome cerca de 750 mil toneladas por ano e busca ampliar esse volume para reduzir a dependência do mercado externo.
Sustentabilidade e desafios do plantio de algodão no Brasil
A sustentabilidade é um aspecto central do plantio de algodão no Brasil. Atualmente, 92% da produção nacional é realizada em regime de sequeiro, aproveitando apenas a água da chuva. Esse modelo reduz o consumo de recursos hídricos e consolida o Brasil como um dos maiores produtores de algodão sustentável do mundo, com mais de 80% da produção nacional certificada por padrões reconhecidos internacionalmente (ABR/BCI).
O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), em parceria com a Better Cotton Initiative (BCI), garante certificação e rastreabilidade em toda a cadeia produtiva, do campo ao varejo. Tecnologias como blockchain e QR codes permitem que o consumidor saiba a origem das peças produzidas com algodão brasileiro. Marcas conhecidas, como Renner e C&A, já participam dessa iniciativa, reforçando o compromisso com práticas agrícolas responsáveis.
Além do impacto ambiental positivo, a produção sustentável de algodão contribui para o desenvolvimento socioeconômico em regiões produtoras. O setor gera empregos qualificados, melhora a infraestrutura local e incentiva boas práticas ambientais, promovendo mais qualidade de vida para comunidades agrícolas.

No entanto, o crescimento da produção também traz desafios importantes. O consumo interno de pluma no Brasil tem se mantido entre 700 mil e 750 mil toneladas por ano, enquanto a produção cresce acima de 3 milhões de toneladas. Para reduzir a dependência do mercado externo, entidades como a Abrapa e a Abit defendem estratégias para ampliar a produção de fios e tecidos, com a meta de atingir 1 milhão de toneladas anuais.
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Outro ponto crítico é a concorrência internacional. Países com custos de produção mais baixos e menor carga tributária representam desafios para a indústria nacional. Para manter a competitividade, o setor aposta em uma agenda de sustentabilidade, energia limpa e certificações de qualidade, alinhando-se às exigências do mercado global e fortalecendo o plantio de algodão como referência mundial.


